Sempre estudei em escola pública. No Colégio Quintela Cavancanti, de Arapiraca, eu terminei o segundo grau. Com dezessete anos de idade resolvi enfrentar o desafio de estudar em Recife, na UFRPE. Eu nunca tinha ido a Recife. Pela estrada em que buscava um melhor futuro, jovem e ainda menor de idade, passava por Palmeira dos Índios e dizia: “Aqui Graciliano Ramos já foi prefeito, e o livro que é tema de meu vestibular, ‘Vidas Secas’, é uma grande obra escrita por ele.” Eu falava isto com um profundo sentimento de orgulho, dirigindo-me ao passageiro do lado, ao viajar no depreciado ônibus interestadual da Viação Progresso.

Hoje, formado, há vinte e seis anos trabalhando em Palmeira dos Índios, onde também me tornei cidadão honorário, vivo um momento emocionante:

No dia da eleição eu completo meio século de vida, no mesmo mês em que se comemoram os 120 anos de Graciliano Ramos. Num dia sete em que também se comemora o nascimento do grande e saudoso amigo que conheci por aqui: Noé Simplício do Nascimento. Também no mesmo mês em que aniversaria o grande amigo e patrimônio intelectual de Arapiraca: Moacir Teófilo.

Gigante Moacir Teófilo, o Mestre Graça nos deixou a memória de sua fantástica obra literária. O grande empreendedor Noé Simplício nos deixou um legado empresarial exemplar. E o senhor nos dá a felicidade de, vivo e lúcido, ainda podermos desfrutar de suas experiências e de tudo de bom que sempre fez para a comunidade arapiraquense.

Sentaremos juntos para falarmos de Graciliano Ramos e Noé Simplício. Oportunidade em que, ao escutá-lo novamente, aprenderei ainda mais sobre: vida, ética, moral, educação, sociedade e futuro.

Saúde e paz, amigo.