Arapiraca, teatro e sociedade.

  • Roberto Amaral
  • 10/07/2012 05:21
  • Roberto Amaral
Ilustração

O conterrâneo nordestino, pernambucano, Crispim do Amaral, foi um dos maiores nomes do teatro mundial em sua época. Considerado um gênio das artes cênicas, detinha as habilidades de cenógrafo, pintor de gênero, aquarelista, ilustrador, desenhista, caricaturista, decorador, ator, etc. Ele foi preparado nas melhores escolas teatrais da Europa, onde se destacou e passou a ser respeitado mundialmente.

Ao voltar para o Brasil, promoveu uma verdadeira revolução na Região Norte, tornando-se o grande nome que deu esplendor ao Teatro Amazonas; uma casa de espetáculos considerada um marco divisor cultural na história do Brasil.

A evolução cultural da Amazônia por todo século passado, no que se refere às artes cênicas, tem a influência de Crispim.

A mesma carência cultural da promissora Região Norte, naquela época da riqueza pela exploração da borracha, hoje também se vive na cidade que mais cresce em Alagoas.

Em Arapiraca, o arrojo de grandes empresários tornou este município numa potência comercial. Mas, assim como ocorreu na Amazônia, falta um TEATRO.

É incrível como, pelo mundo, o teatro tem uma relação íntima com o desenvolvimento de uma sociedade em todos os sentidos. A evolução ou o atraso de um povo podem ser medidos também pela valorização da nobre arte.

Um teatro, de verdade, não é uma mera sala de apresentações com um palco, jogos de luzes e cadeiras. O teatro não é uma sala de cinema e nem tampouco um salão qualquer repleto de cadeiras com uma cortina ao fundo.

O teatro é um ambiente místico e, para isto, precisa ser edificado dentro de regras universais, assim como fez Crispim do Amaral quando inaugurou o Teatro Amazonas no dia 31 de dezembro de 1896. Podendo ter maior ou menor pujança, mas sem jamais perder a sua mística. Pois, o teatro é um templo às artes cênicas, e assim deverá ser visto.

Tudo está indicando que, ainda no mês de agosto deste ano, este importante marco cultural seja finalmente inaugurado em Arapiraca, anexo ao colégio que leva o mesmo nome da santa padroeira da cidade: Nossa Senhora do Bom Conselho. Uma ótima notícia!