A brilhante Arte Nordestina

  • Redação
  • 20/08/2012 07:03
  • Roberto Amaral

A Faculdade de Direito do Recife foi escola dos grandes poetas. Os quais se reuniam no Teatro Santa Izabel, Recife, para declamar poesias às musas da época. Isto era um grande sucesso cultural.

Dentre tantos poetas geniais daquela legendária escola, destacaram-se os estudantes:

Castro Alves (Baiano) e Tobias Barreto (Sergipano).


Eis um poema de Tobias Barreto, no ano de 1867:

"Ainda à Adelaide do Amaral

Atriz, não sei o mistério
Do teu talento estupendo!
Mulher, eu te compreendo
Nas falas do coração...
Tu, simpática e celeste,
Colheste, d'arte aos quebrantos,
O aplauso de nossos prantos,
E queres deixar-nos?... não!

Se tens saudades que ao longe
Dispersam teu pensamento,
Nós pediremos ao vento
Que sopre mais devagar,
Que à tarde, nas fibras ternas
Do teu peito harmonioso,
Module um canto mimoso,
Que não te faça chorar...
(...)
Os gênios vivem de orvalhos,
Alimentam-se de odores;
Diremos às flores: flores,
Ah! não a deixeis partir!...
Com ela a chorar se aprendem
Todas as dores profundas,
Todas as mágoas fecundas
Que a mulher pode sentir."


TOBIAS BARRETO - 1867
Na foto, o teatro que leva seu nome em Aracaju - Sergipe