120 ANOS DE GRACILIANO RAMOS

  • Redação
  • 22/10/2012 17:41
  • Roberto Amaral
Graciliano Ramos e Carlos Prestes
Graciliano Ramos e Carlos Prestes

Graciliano Ramos foi uma das mais expressivas figuras da literatura brasileira. Genial, muito criativo e inteligente, estudioso do comportamento do homem sertanejo e dos fatores sócio-econômicos que sobre o povo influenciavam, o mestre escrevia sobre o seu torrão de origem numa linguagem ímpar, exclusiva. Razão pela qual se tornou, por muito tempo, no mais pesquisado escritor brasileiro.

Depois de renunciar ao mandato de prefeito de Palmeira dos Índios, Alagoas, declarando-se enojado com a política rasteira que incrivelmente ainda perdura, em 1936 ele foi preso pela ditadura do Governo Getúlio Vargas. Prisão esta que o fez passar dez meses encarcerado sem sequer poder tomar conhecimento das razões que o levaram a tal condição. Aliás, o regime ditatorial nunca teve razão.

Em seu novo livro biográfico intitulado “O Velho Graça”, Dênis de Moraes relata que Graciliano Ramos se encontrou uma única vez com o presidente Getúlio Vargas, durante um passeio noturno no Rio de Janeiro, após ter sido liberado do cárcere. "Boa noite", cumprimentou Vargas.

Sem responder uma só palavra, o escritor “passou em silêncio por seu algoz. Foi uma demonstração do estilo graciliano: contido, mas firme e implacável."

Diz o biógrafo: "Por qualquer ângulo que se analise, seja obra ou vida pública, é difícil não admirar Graciliano."