Projeto piloto utilizará tecnologias para combater o Aedes aegypti em Palmeira dos Índios

  • Assessoria
  • 19/02/2016 05:48
  • Cidade
Divulgação

A tecnologia da informação tem sido utilizada no município de Palmeira dos Índios em projetos inovadores na área da saúde. Após a informatização do trabalho dos agentes de saúde, com a implantação de tablets nas atividades diárias para qualificar e melhorar o fluxo de informações, a cidade passa a contar a partir de amanhã (18) com um pacote de ações tecnológicas pioneiras e inovadoras para colaborar no combate ao mosquito Aedes aegypti.

O projeto piloto será apresentado em Palmeira dos Índios a partir das 10h, no povoado Algodãozinho, durante solenidade com a participação do governador Renan Filho e do prefeito James Ribeiro. Entre as medidas que serão anunciadas pelos gestores está o aplicativo para smartphones Xô Aedes, que receberá denúncias da população em relação aos possíveis focos do mosquito por meio do envio de fotos e com georreferenciamento.

De acordo com a Prefeitura de Palmeira dos Índios, após o usuário baixar o aplicativo e realizar a denúncia, uma equipe de agentes de saúde irá ao local em até sete dias para fazer a inspeção e, caso haja foco, eliminar as larvas. “É uma medida eficaz que ajudará bastante na redução dos casos das doenças geradas pelo Aedes. Estamos nessa luta em parceria com o Governo de Alagoas e, juntos, afastaremos o mosquito de nossa cidade”, ressalta o prefeito James Ribeiro.

Outra ação inovadora que será apresentada pelos gestores é a utilização de um drone guiado por GPS que funcionará de forma integrada com o aplicativo. Nas ocorrências onde for necessária a verificação de lugares altos ou de difícil acessibilidade, o dispositivo já sairá da sede da Secretaria Municipal de Saúde com as coordenadas geográficas armazenadas, o que agilizará o sobrevôo do objeto na localidade. 

O drone será utilizado nos primeiros 60 dias por especialistas, período em que agentes de endemias da SMS serão capacitados para manusear o novo equipamento. Após isto, o drone será operado de forma independente, pela própria equipe da Prefeitura de Palmeira dos Índios.

Além do aplicativo e do drone, o projeto piloto trará um software que irá automatizar o trabalho de campo dos agentes de endemias, como hoje é feito com os agentes de saúde. Durante a solenidade de apresentação das novas ações, o governador Renan Filho e o prefeito James Ribeiro realizarão a entrega dos tablets aos profissionais, que a partir de segunda-feira (22) já utilizarão o dispositivo móvel nas atividades de campo. 

De acordo com a Prefeitura de Palmeira dos Índios, a implantação do software e das demais medidas está sendo acompanhada pela Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) e pelo Instituto de Tecnologia em Informática e Informação (Itec), que devem levar as estratégias às demais cidades alagoanas.

O lançamento do projeto piloto ocorrerá durante o evento promovido pelas secretarias estaduais de Agricultura e de Recursos Hídricos, que farão a entrega de 400 cisternas à população. Na solenidade, também serão promovidas ações de combate ao Aedes por meio da distribuição de alevinos para combater focos do mosquito nas cisternas e também de sementes da planta Crotalaria, que atrai predadores dos mosquitos e também dos ovos deles.

Inovação

Apesar do surto nacional de casos das doenças causadas pelo Aedes aegypti, a força da tecnologia ainda não tem sido utilizada como deveria para, junto aos cuidados com o lar, eliminar os focos de criação do mosquito. No Brasil, poucas cidades fazem uso de medidas tecnológicas para combater o vetor e, no Nordeste, a iniciativa de Palmeira dos Índios é pioneira.

A informatização e o uso de tecnologia para qualificar os serviços de saúde na cidade do Agreste tiveram a implantação iniciada ainda pelo ex-secretário municipal de Saúde, Aérton Lessa, que hoje é secretário-executivo de gestão na Secretaria de Estado da Saúde (Sesau). Pioneiro em projetos deste tipo em Alagoas, ele afirma que as ações que serão apresentadas amanhã (17) em Palmeira dos Índios representam um passo importante em relação à eficácia no combate ao mosquito Aedes aegypti.

"Quando iniciamos o uso de tablets para o trabalho dos agentes em campo, a novidade trouxe o rompimento de um paradigma importante e os resultados foram fantásticos. A produção aumentou, o nível de satisfação dos agentes com o trabalho também. Mas o principal é que a informação gerada por estes profissionais conquistou mais valor, já que passou a ser disponibilizada de forma organizada e praticamente instantânea”, afirma Aérton Lessa.

Segundo lembra o ex-secretário de saúde de Palmeira dos Índios, anteriormente era necessário aproximadamente um prazo de 90 dias para que as informações coletadas pelos agentes chegassem aos gestores da pasta e, quando chegavam, ainda estavam incompletas.

“Precisamos agora levar essa mesma metodologia para os agentes de endemias, que também devem aumentar a produtividade. Isso representa uma nova força no combate ao mosquito, e as informações que antes demoravam 45 dias para ajudar nas ações, agora serão em tempo real. É claro que a tecnologia sozinha não resolve o problema, a população tem que colaborar, mas a inovação nos dá condições de agir de forma muito mais rápida e precisa”, completa o gestor da Sesau.