Hospital pode estar omitindo informações sobre surto de diarreia em Palmeira

  • Berg Morais
  • 31/05/2013 08:05
  • Cidade
Hospital de Palmeira
Hospital de Palmeira

Quase duas mil pessoas já passaram pelo Hospital Regional Santa Rita nos últimos trinta dias com queixas de diarreia, segundo estatísticas apresentadas pela Secretaria Municipal de Saúde. A população cobra agora explicações da direção do hospital sobre um diagnóstico desse surto que está deixando a cidade temerosa. Alguns pacientes chegaram a afirmar a omissão do Hospital em relatar o real diagnóstico dessa doença, ainda não nominada pelo corpo médico da unidade hospitalar.

Ao transitar pela Rua Medeiros Neto é notável a quantidade de pessoas que ficam expostas as variações climáticas aguardando atendimento médico no único hospital de Palmeira dos Índios. Recentemente, o tumulto na porta do hospital chegou a virar caso de Polícia, pois, confusões acontecem invariavelmente por conta da demora no atendimento médico.

Nesta quinta-feira (30), por exemplo, apenas um único médico era o plantonista para atender os pacientes da emergência, pediatria, internos e UTI; o que causa demora no atendimento aos casos emergenciais.

Quanto ao caso de diarreia coletiva, pacientes reclamam que ao chegar ao hospital são medicados, no entanto, os sintomas voltam poucas horas depois. “A gente espera horas e horas pra ser atendido, quando chegamos em casa a doença volta”, relatou Dona Maria de Lourdes.

Um paciente questionou os sintomas da doença. “Isso tudo é muito parecido com cólera”.  Ele foi mais além ao afirmar que a direção do hospital pode estar omitindo fatos. “Acho que estão escondendo o nome dessa doença para não causar pânico na cidade”, disse o rapaz que preferiu não ter o nome revelado.

Recentemente, a secretária de saúde de Palmeira dos Índios, Verônica Medeiros, falou sobre os resultados dos exames feitos pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen) com as amostras da água consumida na cidade e em comunidades da zona rural. “Foi constatado apenas problemas na água de quem usa fontes alternativas – cisternas e cacimbas. Quanto ao a água da Casal, o líquido não apresenta problemas”, destacou.

Mas o diagnóstico parece não ter respondido as expectativas da população. Fábio Francisco, que também foi acometido pela doença, questionou as justificativas da secretaria de saúde. “Eu e minha família não consumimos água de cacimbas e cisternas, mas mesmo assim estamos com esta diarreia crônica há dias”, afirma.

Nossa reportagem tentou contato telefônico com o diretor médico do Hospital Regional, Eduardo Arruda, para falar sobre o caso, mas ele não foi localizado pela central telefônica da unidade hospitalar.