A Etiqueta Social na história da humanidade.

  • Marcos Vieira
  • 13/11/2013 08:35
  • Gourmet & Gastronomia
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A boa educação deve ser usada diariamente.
A boa educação deve ser usada diariamente.

A história das boas maneiras está diretamente relacionada às regras de comportamento social. Essa história envolve não somente a questão da etiqueta, mas também diz respeito à moral, à ética, ao valor interno dos indivíduos e aos aspectos externos que se revelam nas suas relações com os outros.

Vivendo em sociedade, por sua própria natureza, o homem está em permanente interação com seu semelhante, estabelecendo relações sociais, adquirindo consciência grupal, criando cultura. Sendo os seres humanos sociáveis, necessário se faz serem tolerantes, a fim de que o relacionamento com os outros, que estão inseridos no mesmo grupo, seja harmonioso. A eficiência em lidar com outras pessoas é constantemente prejudicada pela falta de habilidade, de compreensão e de trato pessoal.

Nesse sentido, a etiqueta social tem muito a acrescentar a cada um de nós, norteando-nos através das regras de boas maneiras, tanto na vida pessoal, como na profissional, que servirão para uma melhor conduta perante a sociedade em que vivemos. Logicamente, quanto mais pessoas tiverem acesso a esse “código”, maior harmonia haverá entre elas.

É correto afirmar, que as “boas maneiras” foram objeto da filosofia grega, pois, sendo conduta humana, integravam o universo de interesse dos pensadores. Platão, segundo os historiadores, preocupava-se, sobretudo com a atitude em relação aos mais velhos e orientava seus parentes que ensinassem seus filhos a respeitarem os idosos.

As regras, comportamentais, seguidos dos hábitos higiênicos, o culto ao corpo, a moda, os padrões de beleza, a cultura e seus avanços sociais foram moldando novas regras de etiqueta social. Da Itália para a França, veio o uso dos talheres à mesa, trazidos por Catarina, e apresentado à nobreza francesa daquela época. Um choque. O simples asseamento de lavar as mãos, antes de comer, mudaria toda a forma de comportamento à mesa. Comportamento mantido e repassado às outras culturas e países.

Antes dos perfumistas, toda uma época foi agraciada com uma opulência e roupas suntuosas, mas que de fato escondiam o mal cheiro e, muitas vezes doenças, causadas pela falta de higiene. Homens e mulheres usavam lenços para encobrirem seus maus hálitos, Como não existia perfume nem desodorante, as roupas eram tão pesadas, como veludo e ainda muito fechadas e armadas. As mangas longas, principalmente no verão e o uso de tecidos nobres e grossos disfarçavam qualquer odor. Daí certas regras de etiquetas e higiene tais como: lavar as mãos antes de comer, comer de braços juntos ao corpo, mastigar de boca fechada...

Temos como característica do início do século XXI a informalidade, decorrente das mudanças impostas pelos constantes avanços tecnológicos, o que vem acontecendo de forma tão intensa que as regras tendem a ficar mais flexíveis, mas nem por isso, impraticáveis.

No entanto, a função básica da etiqueta social – possibilitar um convívio social agradável – é mantida em toda sua essência. Se em alguns períodos da história ela foi instrumento de discriminação a serviço da elite, hoje cada vez mais sua importância tem sido reconhecida. Preservar bons hábitos e costumes pode ser relevante e possibilitar que a vida em sociedade seja mais harmônica

A educação doméstica, esta que aprendemos no convívio diário com o principal grupo social em nossas vidas - a família, não é um artigo que possa ser comprado. É um hábito que se adquire, no dia-a-dia, com prática e a observação; portanto, está ao alcance de todos. .A inspiração da etiqueta está no cuidado e respeito com o próximo, baseada em regras simples, no bom senso, na cordialidade. Enfim, em bons sentimentos.

Por isso, a importância cotidiana de usarmos sempre quatro palavrinhas básicas enquanto seres civilizados e em constante evolução: "por favor", "com licença", "desculpa" e "obrigado". Ah, e não esquecer de dar bom dia/boa tarde/boa noite, reverenciar os mais velhos, pedir bênção a pai e mãe, dar o lugar a quem está grávida...  Essas regras nunca cairão em desuso.

Não é simples?