O “novo” trazido pelas eleições 2012

  • Redação
  • 17/10/2012 22:24
  • Adalberon Júnior
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Fenômeno do novo promete mudar a cara da política
Fenômeno do novo promete mudar a cara da política

As eleições deste ano revelaram, país a fora, mais um capítulo da mudança que acontece no perfil do eleitorado brasileiro. É claro que não dá para se falar em mudanças generalizadas, mas de certo são transformações significativas, que permitem vislumbrar, já num futuro bem próximo, realidades até pouco, improváveis.
Não precisamos ir muito longe para observar que o fenômeno do “novo” se espalhou pelas cidades na hora do eleitor escolher seus representantes – prefeitos e vereadores. A ideia da novidade ganhou força e trouxe à cena política nomes realmente novos ou que pelo menos apresentaram a proposta de uma “nova forma de fazer”. Se tomarmos dois exemplos – as duas capitais mais próximas – Maceió e Recife, a proposta identificada pelo conceito de novidade venceu a disputa pelas prefeituras já no primeiro turno, fato pouco crível há alguns meses antes do pleito, quando tudo indicava a vitória de grupos historicamente dominantes nas respectivas cidades. Mas Rui Palmeira (PSDB) e Geraldo Júlio (PSB) se elegeram depois de convencer a população da necessidade urgente deste novo.
O curioso, nos dois casos, é que os discursos de novidade ainda trazem resquícios de estilos antigos, ou pelo menos de nomes antigos na política, o que ainda nos faz questionar o quão novos serão os passos na gestão das cidades. No primeiro (Rui Palmeira, eleito prefeito de Maceió), o futuro prefeito é de origem política bem conhecida, de sobrenome já bem testado nas urnas e no segundo caso (Geraldo Júlio, prefeito eleito do Recife), a influência do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, foi extremamente determinante no resultado – Geraldo nunca havia disputado uma eleição antes. Não que necessariamente estas ligações e origens sejam pesos negativos, mas é preciso lembrá-las. De certo, a expectativa de que esta novidade se mostre nas ações deve ser correspondida pelos eleitos, caso contrário, o “mais do mesmo” não deve agradar a quem apostou nestes nomes.
O fenômeno deve crescer ainda mais, em virtude da falência do estilo sempre mesmo de se conduzir as discussões políticas nos municípios, onde está a vida da população. Movimentos em todo o país sinalizam isto. Pelo menos mais dois partidos deverão se apresentar nas eleições de 2014 defendendo a proposta do “novo” – e não é porque virou moda, mas sim porque representa a resposta do povo aos “profissionais” da política e seus modos de administrar e fazer política.
Um recado está ficando evidente com o novo das urnas: é urgente mudar a forma de lidar com as pessoas e com a coisa pública. E nem sempre é no sangue e na herança genética que esta mudança estará representada. As ideias mais eficazes e propositivas para as nossas “novas cidades”, em muitos casos virão de mentes nem tão conhecidas e de sobrenomes nem tanto tradicionais: é o novo que surge do povo.
Em tempo: em muitas cidades as alternativas que se apresentaram com a proposta de mudança não tiveram o mesmo êxito. Realidades diferentes? Talvez não. Apenas em muitos deles a novidade apresentada se propunha a ser pior que a realidade já encarada nestes municípios. Acho que seja o caso de nossa querida Palmeira dos Índios. Mesmo assim, a mudança por aqui pode ser vista na eleição do parlamento mirim, com novos nomes, que prometem novidades.
Que venha o novo! E que conte com nossa ajuda para se tornar realidade, porque não basta eleger o novo, é preciso apoiar as transformações que virão em consequência desta escolha e fiscalizar se de fato elas estão acontecendo.