Rinha de galo não pode! Rinha de gente pode?
- Redação
- 17/08/2012 14:14
- Adalberon Júnior
Faço aqui uma provocação para refletirmos nos dias de hoje, quando muito tem se falado de violência. Como fomos permitindo que se banalizasse em nosso meio, em nosso dia a dia o valor pela vida? Como os atos de violência foram ganhando nossas casas e nosso cotidiano e chegaram a se tornar algo “normal” e até mesmo aceitável...?
Perdemos quase que completamente o valor pela vida humana. Tornou-se algo normal e sequer tira mais nossa paz presenciarmos cenas de violência, corpos estirados no chão, jogos e filmes que estimulem a violência e as mais diversas formas não pacíficas de resolução dos conflitos, novelas que estimulem a vingança e tantas outras coisas...
Viramos fãs de programas que exploram a violência em troca da audiência, fomos ficando ávidos por esse fenômeno, insaciáveis por cenas de muito sangue, de muita violência, ao ponto de termos tornado o "esporte" MMA algo comum de vermos até na TV aberta. Uma verdadeira aberração que preza pelo sangue, pela violência e pela brutalidade entre pessoas, estimulados e incentivados por tantas outras.
O mais interessante é que assistimos a esse fenômeno no mundo inteiro, sobretudo na cultura ocidental, mas o que me constrange e me faz refletir ainda mais é o fato de que isso aqui no Brasil ganhou um tamanho incrível. O detalhe: neste país a briga de galos em "rinhas" é proibida. Mas o que percebemos é que a rinha de seres humanos é algo normal e até estimulada como esporte.
Repito, acho importante e defendo a proteção aos animais indefesos que sempre foram utilizados de maneira violenta para saciar o desejo sangrento de pessoas cada vez mais formadas na violência como algo que estimula suas emoções. O que defendo é implesmente que tenhamos a mesma atenção e cuidado com a vida humana, com a nossa espécie, que tem sofrido mutações e nos transformado a cada dia em insensíveis seres que preferem eliminar seus problemas a resolvê-los. Observemos que jogos, desenhos e filmes tem ocupado os dias de nossas crianças e jovens. Quais programas e filmes tem nos roubado a atenção. Quais ensinamentos temos extraído de programas que nos estimulam a eliminar quem ou o que nos incomoda...
Sei que muitos terão os mais diversos argumentos para tentar justificar tal proeza, mas coloco essa provocação para refletirmos: que vida vale mais, a de seres humanos ou a dos galos? Devemos proibir somente as rinhas de galos em nome das vidas indefesas dos animais? E as vidas humanas?
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