Não podemos dizer que o mundo perdeu a graça, mas em nossa atualidade as coisas acontecem sem o mesmo fervor, alegria e naturalidade de antes, nos tornamos seres humanos sistemáticos em busca de um perfeccionismo superficial vivendo o mundo dos outros sem ao menos entendermos o nosso, é verdade que quando esquecemos nossos valores morais e intelectuais em busca da propagada “excelência” no campo material, perdemos nossa própria identidade nos sujeitando a agir e viver em um ambiente sem graça.

A graça de participar de movimentos sociais e políticos de forma destemida, estando na linha de frente agindo de forma eloqüente na propagação das propostas realizáveis na defesa de uma sociedade mais justa e igualitária, perde a graça quando nos infiltramos nesses mesmos movimentos como cavalos de batalhas defendendo os interesses individuais em troca de migalhas e favores fáceis nas falsas promessas de um futuro que com certeza será incerto e passageiro.

A graça de participar dos movimentos religiosos, sejam católicos, espíritas ou evangélicos sempre atento e confiante na palavra do reverendo, representante divino de Deus pai todo poderoso, perde a graça quando assistimos nos noticiários que “reverendos” agem como homens carnais abusando sexualmente de seus fiéis e usurpando suas funções eclesiásticas castrando o sonho de seu rebanho os levando para caminhos diversos do recomendado pela Santa Sé.

A graça de termos uma justiça séria, forte, imparcial e enérgica na defesa de seu povo tendo a Constituição da República Federativa do Brasil como pedra angular diante de todas as leis, perde a graça quando vemos “magistrados” agindo de forma parcial na defesa dos interesses individuas e se escondendo atrás de suas togas manipulando a vida e o destino dos litigantes.

A graça de ver uma juventude entusiasmada com seu País, Estados e Cidades, estando à frente de qualquer movimento benéfico a seu povo, principalmente aos de cunho social e político, pois estes irão interferir diretamente em seu futuro, perde a graça quando vemos estes mesmos jovens iludidos com propostas fantasiosas esmorecendo na luta pela defesa social condicionados a degradação moral e ética impostas pelos centralizadores do poder.

É por estes motivos que devemos sair da mesmice que nos cerca mostrando que vale a pena intervir e participar com entusiasmo na defesa dos interesses sociais, políticos e religiosos, trilhando no caminho da ética profissional, da benevolência religiosa, dos movimentos sociais e políticos em defesa de nosso direito sempre agindo no campo das idéias e da conscientização popular na certeza de que dias melhores virão com graça de ter graça.