Coisas de Palmeira

  • Redação
  • 23/02/2012 08:55
  • Jorge Vieira

OISAS DE PALMEIRA

DROGAS: O GRANDE DESCAMINHO DA HUMANIDADE

A cada dia que passa, descobrimos que mais jovens se perdem no mundo das drogas. Saiba como lidar com esse difícil tema. O Jorge de Araújo Vieira, psicólogo/CRP 15/910 – comunidade acolhedora Nossa Senhora das Graças.

A família tem um papel fundamental na prevenção para que os jovens não comecem a utilizar substancias aditivas: fomentar sua autonomia responsável e estimular a sua auto-estima são dois remos que os adultos devem sempre ter em mãos para navegar pelas turbulentas águas da adolescência, evitando, com isso, que os jovens entrem nos maus caminhos das drogas, para que não percam o rumo. Quando essas atitudes não são tomadas, o inevitável acontece. E como acontece? Primeiro a suspeita. Logo depois, o flagrante e, finalmente, o pior: O jovem entrou pelo mundo das drogas o que fazer? Como foi possível que isso acontecesse: aquele doce menino que respondia com carinho aos afetos que recebia, agora chega até mesmo a agredir aqueles que lhe querem bem. Como explicar ess a mudança drástica no comportamento do jovem? Embora não se consiga encontrar de relance o que o ocasionou tal situação, sabe-se que algum erro houve e que esse erro desancandeou o problema. É necessário que se ache o início dessa história. Muitas vezes, o jovem bem educado, bem alimentado e tratado com carinho e amor pelos membros de sua família é pilhado, principalmente pelos “amigos” que fumam um cigarrinho de maconha, cheiram cola de sapateiro, ou pior ainda, usam cocaína, raxixe, cogumelos e craque. Sabemos bem que esse problema não ocorre, apenas, com um ou outro jovem: ele atinge com a mesma perversidade milhões e milhões de adolescentes, e até crianças espalhadas por todo o planeta. Poucos se preocupam com as drogas, há 50 anos pois, eram poucos os que podiam custear o vício. Meio século mais tarde as drogas estão a venda em todos os cantos de qualquer cidadezinha desse estado, desse país por um preço baratinho. E aqui volta a pergunta: o q ue fazer? Lembro de um pai de um amigo meu, que dizia: - “tenho dinheiro para pagar um bom advogado para tirar meus filhos se um dia forem presos!” – que tristeza o meu amigo morreu e o dinheiro do rico pai dele acabou, hoje ele reclama da sua imprudência! Fazer o que?

O DIÁLOGO

É o momento, o tempo reservado para falar com os adolescentes e ouvi-los, na ânsia de ter, de possuir, os adultos se esquecem de conversar com eles para que não se tornem vazios, sem amor, sem compromisso consigo mesmo e com o próximo. O dialogo pode evitar que sejamos conduzidos com facilidade, tanto ao uso e abuso de drogas, quanto as demais práticas tortuosas.

AS DROGAS SÃO ETERNAS

Elas sempre estiveram presentes em todos os povos, culturas e épocas; hoje, porém, estão associadas à violência, gerando chacinas, latrocínios e estupros; bem como a morte precoce de muitas crianças e adolescentes. Daí é que surge a luta para diminuir a procura por elas. O uso de drogas começa na falta de auto-estima. Geralmente achamos que só o filho do vizinho se droga, o nosso é sempre um santinho!

DROGA DÁ PRAZER

Não se pode ser hipócrita e dizer que ela não oferece nenhum prazer, pois, caso contrário as pessoas não se tornariam viciadas. Ninguém conhece viciado em pó de cimento ou cal. É importante dizer, porém, que o prazer é passageiro seguido de um longo inferno. Alguém diz: faça isso que você vai ser feliz. Na verdade, vai sentir um pequeno e passageiro prazer, seguido de um longo sofrimento com depressão, solidão, agressividade e outras conseqüências. A pessoa entra de cabeça e, depois, vê que cometeu um grande engano. “feliz de quem enxerga que cometeu tal erro!” O gosto amargo da dependência da droga, dá prisão psicológica e, conseqüentemente, da escravidão a ela vem ao encontro do indivíduo; isso tudo é sinal de que usá-la não é bom – nem que seja só para experimentar. O coração não consegue ficar em paz.

O PRINCÍPIO DA CONVERSA

O campo de batalha contra as drogas é a mesa de jantar, onde os pais tem de conversar com os filhos para conhecer-lhes as angustias, as frustrações e assim poder orientá-los oferecer-lhe o ombro amigo, é importante conversar, pelo menos, a partir dos sete anos, sobre o assunto, para que a criança aprenda, no lar, o sentido da vida e chegue aos dez anos com a outo-controle, auto-estima, enfim, equilibrada para enfrentar a pressão de qualquer grupo. Pois, entre dez e onze anos começa a busca da própria identidade e esse é o período em que os amigos passam a ganhar maior importância. Por isso, desde a tenra idade o adolescente precisa aprender a valorizar a vida familiar e para isso, nada melhor que o diálogo em família.

NÃO AS DROGAS

O ideal é, pois, evitar a primeira dose. Ninguém pode decidir por outra pessoa, mas, a pessoa que toma uma determinada decisão tem que assumir a responsabilidade pelas suas atitudes. Um dos passos para se distanciar das drogas é resistir a influência negativa de “colegas”, trocando de amigos, mudando o círculo de amizades. A preparação para a resistência as drogas tem que ser feita com amor próprio e personalidade firme. Há muito mais força, coragem e caráter naquele que resiste as pressões erradas do grupo do que nos outros que, de forma cômoda as aceitam.

AOS ADOLESCENTES

As famílias em que os pais não se falam os filhos não falam com os pais e vice versa. O antídoto para isso é o amor, o melhor remédio. Amor sedimentado na educação do lar. Não há melhores amigos e conselheiros que o pai e a mãe. A melhor aproximação é o amor. Se o pai não dá um beijo, porque o filho não tomar a iniciativa? Manifestações de carinho são sempre bem vindas, o perdão alivia o coração. É preciso aprender a amar com toda força valorizando a vida. Não é bom usar drogas. Mas, caso já se tenha entrado por esse caminho para fugir dele, a senha é obediência aos pais, associada a um trabalho, estudo e religião (qualquer igreja seja: católica, ortodoxa, evangélica, anglicana etc). Usar drogas é ruim, é a perda da liberdade e da saúde.

AMOR X DROGAS

Infelizmente a sociedade atual é química, onde tudo justifica o uso de drogas, seja para dormir ou ficar acordado; para emagrecer ou engordar; para esquecer ou para ativar a memória; afastar os problemas ou enfrentá-los; ficar associado, mais forte, ou relaxado etc. Urgentemente precisamos buscar uma mudança nessa cultura; pois, sabe-se que a droga sempre será uma falsa saída para solução dos problemas, para o alívio das ansiedades e para demonstrar que somos muito mais que qualquer coisa. Ela não elimina a verdadeira causa das dificuldades, das ansiedades e não pode encobrir as emoções que são próprias do ser humano.

CONSELHOS

Não é recomendável que os pais permitam que seus filhos andem com usuários de drogas, mesmo que os filhos jurem e garantam que eles estão fora disso. O ser humano se agrupa por afinidade. Portanto, diante da televisão, das revistas, de todas as situações sociais ajude e incentive seu filho a ter seu próprio mecanismo de defesa pela consciência crítica, formada através da orientação familiar. Discuta os programas e não apenas os proíba. A vigilância dos pais é importante, não com uma dosagem policial, mas, amorosa, companheira, de quem zela pelo bem do filho e nele confia. É preciso tratar o grupo familiar e não apenas o dependente. Se, atrás deste, quase sempre está uma família desajustada, não há justiça em considerá-lo o único doente ou culpad o. De outra forma pode eventualmente conter os efeitos, mas, os riscos de uma recaída sempre existirão em larga escala. Sabemos que o uso de drogas é aumentado pela facilidade com que é encontrada. Temos que manter os adolescentes em contato social com pessoas sadias, evitando que freqüentem os meios que não são os seus. Esclareça para o jovem que não é vergonhoso o sinal de medo dizer “não”, o vergonhoso é aceitar caso lhe seja oferecida a droga, ou quando forem convidados para usar bebidas alcoólicas ou fumar cigarros. Ajude o adolescente a traçar metas e objetivos para o futuro. Sempre cultive uma saudável auto-estima e esperança de um mundo melhor nas pessoas e, principalmente nas promessas de Deus. Certifique-se de que você estará presente e disponível sempre que o jovem necessitar, do que ele pode contar em você. Lembre--de: diálogo, e diálogo, são o que realmente importa. Conversar nunca é demais. Confiei desconfiando. Não pense que por ma is amigos que vocês sejam o adolescente vai chegar e dizer: “eu estou cheirando cocaína”. Ele vai omitir sempre. Você só saberá quando flagrá-lo cheirando. Mesmo assim ele ainda vai dizer que “só foi desta vez” ou “nunca mais eu faço isso”. Esteja atento a tudo que acontece em volta de seu filho.

Psicólogo Jorge de Araújo Vieira