Declarações de Levy Fidelix causam revolta em organizações LGBT internacionais

  • IG/São Paulo
  • 01/10/2014 12:27
  • Política

Assim como aconteceu no Brasil em movimentos espontâneos pelas redes sociais, em passeatas de desagravo, em declarações de políticos e na reação da OAB (Ordem dos dos Advogados do Brasil), que pede a punição de Levy Fidelix por homofobia, órgãos internacionais de defesa dos LGBT estão contestando as declarações do candidato do PRTB."Foi muito absurdo e grotesco. Ele é um parasita da política brasileira", disse Beto de Jesus, secretário da Associação LGBT para a América Latina e o Caribe. Ativistas dos direitos gays estão incentivando os brasileiros a formalizar reclamações contra Fidelix e pedem que seja proibida a participação do candidato no debate presidencial final, que acontecerá na quinta-feira (2) na Rede Globo.

Lembrando o caso: durante debate no domingo (28), na TV Record, a candidata do PSOL, Luciana Genro, perguntou a Fidelix por que as pessoas como ele, que defendem a instituição familiar, não reconhecem o casamento entre pessoas do mesmo sexo. Entre outras coisas, ele disse que o país precisa se voltar contra os gays, que devem receber ajuda psicológica bem longe da população brasileira. Ele disse ainda que é feio ver dois gays de mãos dadas passeando pela Avenida Paulista.

O deputado federal Jean Wyllys (PSOL-RJ), colunista do iGay, criticou a conduta dos candidatos presidenciais que participavam do debate. Ela cobra uma reação mais contundente de todos os presentes, e afirma que se a metralhadora de Fidelix tivesse sido apontada para outras minorias, como pessoas com deficiência ou a comunidade judaica, a reação dos outros candidatos, e dos mediadores do debate, teria sido imediata. 

Procurada, a TV Record disse que a legislação eleitoral impede os apresentadores de comentar as opiniões dos candidatos. 

Luciana Genro e a OAB enviaram representações ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral) pedindo a punição de Fidelix por homofobia. Para a OAB, as declarações de Fidelix são consideradas crime eleitoral e contra a paz pública, puníveis com a revogação de seu registro de candidatura.