DIA NACIONAL DA LUTA DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA
- Edmilson Sá
- 21/09/2017 13:06
- Blogs
É preciso lembrar que, A MAIOR DEFICIÊNCIA, NÃO É FÍSICA, NÃO É SENSORIAL, NÃO É MENTAL. A MAIOR DEFICIÊNCIA É A ESTATAL. É a negligência dos Estados, Municípios e União também, que traz os maiores transtornos às Pessoas com Deficiência. Com as devidas adaptações e acessibilidade – tanto mobilidade quanto participação social ser tornam reais. Contudo, no dia de hoje, Passados mais de um ano em que vigora a Lei 13.146/2015 – Estatuto da Pessoa Com Deficiência – ou, Lei Brasileira de Inclusão, muito pouco mudou. E, em se falando de políticas públicas, absolutamente nada se fez.
“Ter Direitos não significa ter acessibilidade. Ter acesso não indica privilégios (PRIVILÉGIOS são vantagens que se concede a alguém com exclusão de outrem e contra o direito comum). Precisamos entender que Inclusão Social não existe sem acessibilidade, e tão pouco significa privilégios”.
“A indagação a ser feita é sobre a presença ou não da Inclusão Social como objetivo expresso nos compromissos assumidos pelo governo, no âmbito municipal, estadual e federal (grifo nosso) Prieto, 2001”.
Falar em deficiência, hoje em dia, deixou de ser tabu... Mas, nem por isso, os problemas foram resolvidos... Muita coisa ainda precisa mudar, ser discutida, deliberada... E estas mudanças, nem sempre vão estar de acordo com as reais necessidades das Pessoas Com Deficiência. Isso não quer dizer que as discussões não têm trazido novos olhares. Mas basta olharmos para nossa própria cidade – que tem mais de 6000 (mil) Pessoas Com Deficiência, dados do IBGE CENSO 2000. A realidade ainda é de exclusão social. Uma vez que, não há ruas planejadas, calçadas sem rampas (ou com rampas que não dá em lugar algum), logradouros e prédios públicos sem adaptações, lojas, igrejas, e até escolas, com pouca e/ou precária acessibilidade. Muita coisa no papel, mas pouca ação e, quase nenhuma acessibilidade.
Talvez a maior dificuldade seja PROVAR PRA TODO MUNDO QUE AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA NÃO PRECISAM PROVAR NADA PRA NINGUÉM. Ou seja, as Pessoas com Deficiência têm potencial para fazer de tudo. Para aprender, Estudar, Criar, Ensinar, Trabalhar, Amar... Algumas perguntas a serem feitas são: A SOCIEDADE ESTÁ PREPARADA PARA ACOLHER/ACEITAR AS PESSOA COM DEFICIÊNCIA? E, quando os vemos, para onde vão nossos olhares? PARA ELAS, ENQUANTO PESSOAS/CIDADÃOS E CIDADÃS? Ou, apenas enxergamos sua aparência?
A MAIOR DIFICULDADE, EM PLENO SÉCULO XXI, INFELIZMENTE, É FAZER COM QUE TODOS E TODAS PERCEBAM QUE AS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA SÓ NÃO FAZEM MAIS, SAEM MAIS E VIVEM MAIS, PORQUE NÃO TÊM ACESSIBILIDADE. "DEEM-NOS ACESSIBILIDADE E MOVEREMOS O MUNDO".
Fico feliz por morar numa cidade em que as PESSOAS sempre me viram como eu sou de verdade. Fico feliz por morar numa cidade onde todos pedem para te ajudar, quando estamos andando nas ruas, fora das calçadas – por não ter como andar por elas – e até entre os carros, já que sem acessibilidade fica praticamente impossível para algumas Pessoas Com Deficiência viver como cidadão. E isso tem que mudar. Fico feliz por sentir o quanto algumas Pessoas de Palmeira dos Índios, querem ver essas mudanças. Eu só fico triste por àqueles que, infelizmente, não sabem o que é a vida das Pessoas com Deficiência e o que ela tem a nos oferecer e, ainda tiram proveito para usufruto pessoal. EU SONHO COM UM DIA QUE TODOS QUANDO OLHAREM PARA UM CADEIRANTE, OU PARA QUALQUER OUTRA PESSOA COM DEFICIÊNCIA, POSSAM VÊ-LOS COMO HOMENS E MULHERES. QUE VEJAM A PESSOA, NÃO A DEFICIÊNCIA. Pois a deficiência é uma construção social. Mas a Pessoa Humana ultrapassa esses conceitos. A DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA É ALGO TÃO TANGÍVEL QUANTO O PRÓPRIO GÊNERO HUMANO.
Então, o que comemorar no dia Nacional de Luta das Pessoas com Deficiência? As respostas, infelizmente ainda são DEFICIENTES – PORQUE A CIDADE É DEFICIENTE. OS PODERES PÚBLICOS SÃO DEFICIENTES. Enquanto isso, alguns TENTAM celebrar a vida. Mesmo sem ACESSIBILIDADE.
Deixe seu comentário
Os comentários são de inteira responsabilidade dos autores, não representando em qualquer instância a opinião do Cada Minuto ou de seus colaboradores. Para maiores informações, leia nossa política de privacidade.