"DIA MUNDIAL DE ZERO DISCRIMINAÇÃO"

  • Edmilson Sá
  • 01/03/2020 20:50
  • Edmilson Sá

Aconteceu em Maceió e em mais de 180 cidades pelo Brasil à fora, O DIA MUNDIAL DE ZERO DISCRIMINAÇÃO. O Ministério Público Estadual – que, na pessoa do Promotor de Justiça Magno Alexandre – Mediou a Mesa. Estiveram presentes também a O.A.B., Ministério do Trabalho, ADEFAL, IGREJA ADVENTISTA DO SÉTIMO DIA, SARA TERRA, IGREJA CATÓLICA, SOCIEDADE ESPÍRITA DO ESTADO DE ALAGOAS, UMA RELIGIÃO DE MATRIZ AFRICANA - CANDOMBLÉ, MÃOS QUE AJUDAM, OBSERVATÓRIO DO IDOSO (O.I.A.)... MAIS A SOCIEDADE CIVIL ORGANIZADA, ENTRE OUTROS... As primeiras falas foram sobre Tolerância Religiosa e sua NECESSIDADE nos dias atuais, com exemplos de ações exitosas... Para combater a intolerância, ainda tão latente em nossos dias.

Boa parte dos diálogos giraram em torno dos Perigos a que estaremos sujeitos – a sociedade como um todo – quando da ausência da Tolerância com as muitas religiões em nosso país e no mundo... Exemplos de países em que, nos dias atuais, ainda proíbem o proselitismo, bem como a Liberdade Religiosa – que no Brasil, está assegurada no Artigo 5º, Inciso VI, da Constituição Federal de 1988, a saber: “VI -  é inviolável a liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”. Ou seja, a Liberdade de credo, crença, consciências religiosas está garantida em nossa sociedade como um postulado basilar da mesma.

A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, promotora desse evento, que tem o aval da O.N.U., se respalda neste tema, baseando-se em uma de suas crenças, chamada AS REGRAS DE FÉ, entre as quais, a 11ª Regra de Fé que discerne sobre o seguinte: Pretendemos o privilégio de adorar a Deus, Todo Poderoso, de acordo com os ditames da nossa consciência e concedemos a todos os homens o mesmo privilégio, deixando-os adorar como, onde, ou o que quiserem”. Esta Liberdade, que outrora conquistamos, não pode ser ceifada, ao contrário, deve ser fortalecida e ensinada em todos os lugares, para que, cada vez mais, as pessoas, os governantes, legisladores, pastores, líderes eclesiásticos de todo o mundo, possam, não só garantirem tal liberdade, mas também, propagar tais ideias, assim como o próprio Salvador o fez, há 2000 anos: “CONHECEREIS A VERDADE E A VERDADE VOS LIBERTARÁ” (João 8:32).

Foi sugerido ainda, por um dos líderes religiosos que lá estiveram presentes, O Pai Célio Rodrigues, Babalorixá da Religião Candomblé, criador do Núcleo de Cultura Afro brasileira Iyá ogum té – com sede no bairro de Pajuçara, em Maceió, de criar-se, a partir daquele evento, um Fórum Permanente de discussões sobre Tolerância Religiosa. O Ministério Público, representado pelo Promotor de Justiça Magno Alexandre, viu nesta inciativa, uma enorme oportunidade para dialogar com as muitas manifestações religiosas e culturais, mas também, a possibilidade de se levar mais esclarecimentos e tolerância aos povos.

Depois, no Segundo Painel, com a Mediação da Jornalista Daniele Mota, o tema foi “Os desafios das Pessoas com Deficiência e Idosos, na busca por Trabalho”... Desafiando Barreiras Arquitetônicas e Atitudinais, já que, não raro, são estes, alguns dos muitos desafios que enfrentamos todos os dias...

Como Pessoa com Deficiência, eu elenquei alguns pontos, pois, mesmo tendo Leis (Lei Brasileira de Inclusão de 6 de jul. de 2015), mais conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, que asseguram muitos direitos, inclusive, em seu art. 34, que fala sobre o Trabalho: “Art. 34. A pessoa com deficiência tem direito ao trabalho de sua livre escolha e aceitação, em ambiente acessível e inclusivo, em igualdade de oportunidades com as demais pessoas”. Infelizmente, estamos longe do ideal social. E, mesmo sabendo termos mais de 40 milhões de Pessoas, com alguma deficiência no Brasil, elas ainda estão longe do Mercado de Trabalho, seja pela não qualificação profissional, seja pelas Barreiras Arquitetônicas ou Atitudinais – esta última, por exemplo, tem enorme impacto na sociedade, tendo em vista termos uma Legislação de Vanguarda, nesses Direitos, ainda assim, as Pessoas com Deficiência têm enorme dificuldade de se inserirem profissionalmente.

Falando na primeira pessoa, como palestrante, fiz ainda, a seguinte indagação: QUANDO EU ENTREI NESTE EVENTO, O QUE VOCÊS, QUE AQUI ESTÃO PRESENTES, VIRAM PRIMEIRO, EU OU A MINHA CADEIRA DE RODAS? Para onde estão indo nossos olhares, para o que realmente importa, ou para as aparências, apenas? PORQUE, QUASE SEMPRE, NOS VEMOS COMO NA MÚSICA DA LEGIÃO URBANA: “Eu tinha que PROVAR pra todo mundo que eu não precisava PROVAR nada pra ninguém”. Infelizmente, o Mercado de Trabalho ainda exige que precisamos PROVAR a todo o instante, que somos capazes de fazer bem nossos labores. Lembrei de uma frase, que aprendera com o saudoso Gerônimo Cerqueira, fundador da ADEFAL, e que chegou a ser Deputado Federal por Alagoas, ele me ensinou: NADA PARA NÓS, SEM NÓS. SE VOCÊ NÃO VÊ, NÃO OUVE, NÃO FALA, NÃO ANDA, NÃO SENTE E NÃO VIVE COMO UMA PESSOA COM DEFICIÊNCIA, ENTÃO DIFICILMENTE VOCÊ PODERÁ SABER O QUE É MELHOR PARA ELAS. É preciso que as Pessoas com Deficiência se insiram em todos os âmbitos sociais. Nós temos muito a oferecer, desde que tenhamos ACESSIBILIDADE – Deem-nos Acessibilidade e Moveremos o mundo. SÓ QUEREMOS AQUILO QUE ESTÁ NA LEI, AS MESMAS OPORTUNIDADES.

Nas palavras de Telma Rodrigues Albino – da ADEFAL – "Diversidade é chamar a pessoa para uma festa... Inclusão é chamar para Dançar..." E isto faz toda a diferença. É preciso ver as Pessoas com Deficiência como protagonistas.

A questão do IDOSO também foi tema das discussões. O Gerontólogo Francisco Silvestre da O.I.A., fez o seguinte questionamento: “Precisamos, ainda, perceber que, se ainda tratam as Pessoas com Deficiência como coitadas... Conosco, IDOSOS, é mais preocupante, pois nos tornam Invisíveis..." Se já está difícil para tantas pessoas conseguirem trabalhar, para o IDOSO é muito mais. Relocar o IDOSO no Mercado de Trabalho vai ser um dos grandes desafios, porque em poucas décadas, no Brasil, teremos mais IDOSOS do que jovens. O DIA MUNDIAL DE ZERO DISCRIMINAÇÃO foi mais um exemplo de Tolerância Religiosa, Inclusão Social e Diversidade.

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