A Liga da Justiça surgiu como o primeiro grupo de super-heróis nas histórias em quadrinhos, que estreou em All Star Comics (1941). E, por muito tempo, se cogitou levar, uma adaptação da primeira super equipe de heróis ao cinema. A Marvel saiu na frente e, em 2012, adaptou Os Vingadores – um sucesso estrondoso. Faltava agora, aos fãs das histórias em Quadrinhos, ver uma adaptação da Liga da Justiça. E, mais importante, que fizesse jus à sua historiografia.

Com o relativo sucesso de Superman: Man Of Steel (2013), e Batman vs Superman: Dawn Of The Justice (2016), criticado por uns, elogiado por outros (eu pessoalmente adoro este filme – que apresentou o primeiro encontro dos super-heróis), não havia mais volta, era necessário um filme que pudesse conter, e, de forma dinâmica, mas também grandiosa, a magnitude que seria adaptar a Liga da Justiça.

O papel se deu ao diretor Zack Snyder – que havia dirigido os dois filmes anteriores, mais o espetacular Whatchmen (2009) – considerado por muitos, como a mais importante história em quadrinhos de todos os tempos, sendo inclusive, esta adaptação, muito elogiada pela crítica. Desafio aceito, o filme ficou pronto – Snyder se afastou por problemas familiares – e Joss Whedon assumiu o comando para finalizar Liga da Justiça. E o resultado não decepcionou.

O filme não tem o tom sombrio de seu antecessor. Está mais leve e engraçado, mas sem ser gratuito. As piadas são legais e no momento certo. Contudo, o que chama a atenção, é o dinamismo dos heróis na trama. Como se conhecem e resolvem se juntar para defender a terra de uma ameaça alienígena extremamente poderosa – o Lobo da Estepe, uma espécie de arauto do grande vilão da DC Comics, DarkSeid.

Posto isto, o que falar do filme? A resposta vem de um fã e leitor da Liga da Justiça: FOI MARAVILHOSO! PUDE VER MUITAS REFERÊNCIAS: uma dessas é quando vemos num jornal, a notícia da morte do Superman, na primeira página, ao lado de outros nomes da cultura pop, que partiram – David Bowie e Prince. Uma justa e merecida lembrança. Mas tem mais. Resgataram a trilha sonora do filme Batman (1989). Referências ao maior Western de todos os tempos - Rastros de Ódio (1956) - também está lá e que já tinha sido feita no filme Star Wars (1977). Que heróis sangram por alguma parte do corpo. Que, mesmo que não consiga levar um prédio inteiro, nas costas, para salvar inocentes; se consigo salvar, apenas uma única alma, já terei vencido a guerra. A cena em que vemos o Batman e os outros heróis, se movimentando, em muitos momentos, parecia-me estar vendo os quadrinhos ganhando movimentos. Tem ainda outra surpresa (armamento pesado), que nos deixa curiosos e, ao mesmo tempo, com a certeza de que não existe arma mais poderosa.

Outro ponto forte é o retorno de Kal-El – Momento Magnífico e que expressa o verdadeiro poder do Kryptoniano. Plasticamente impecável em suas cenas, nos fazendo parar por alguns momentos, apenas para contemplar aquelas cenas espetaculares. O filme soube dosar bem, o equilíbrio entre cada personagem. Enquanto percebíamos a evolução de alguns deles, como no momento em que o Batman, para dar segurança, mas também ensinar ao Flash, diz para ele salvar apenas uma pessoa – e no que esta ação cria naquele jovem herói.

Em vários momentos, me peguei lembrando das séries dos Superamigos e Liga da Justiça, na minha adolescência e da Liga, no início dos anos 2000, que elevou o padrão das animações dos super-heróis. E uma das duas cenas pós-créditos é referência a um daqueles episódios. A última cena pós-crédito deixou boquiaberto, por perceber quais os caminhos que os próximos filmes irão trilhar.

O filme não é perfeito. Mas tive uma das melhores aventuras numa tela de cinema. Pude me deleitar, vibrar, torcer e até gritar de emoção. Tudo isso porque assisti Liga da Justiça, com os olhos de uma criança que aprendeu a amar os super-heróis desde a infância. O que me fazia sonhar em também ser um defensor da paz e protetor dos oprimidos. E, em tempos em que a honestidade faz falta e a corrupção avança cada vez mais pelo Brasil, ASSISTIR LIGA DA JUSTIÇA COM MINHAS PRINCESAS E VÊ-LAS VIBRAR E SE EMOCIONAREM COM PERSONAGENS QUE DEFENDEM – À MANEIRA DELES – O BEM, A VERDADE, A JUSTIÇA E LUTANDO PELA ESPERANÇA, NÃO TEM PALAVRAS.