O seguro contratado pela empresa aérea LaMia pode não cobrir as vítimas do voo que transportava integrantes da Chapecoense e jornalistas para Medellín, na Colômbia. A apólice teria uma cláusula que eximira o pagamento se comprovada negligência ou omissão do piloto. As informações são da edição desta sexta-feira (2) da Folha de S.Paulo.

De acordo com as autoridades colombianas, já é possível dizer que a causa da queda do Avro RJ85 é a falta de combustível e, a partir daí, uma seguinte sucessão de falhas. O tanque de combustível estava vazio no momento do impacto da aeronave no chão.

A investigação, no entanto, ainda pode demorar meses. A abertura das caixas-pretas (de voz e de dados) pode ajudar a esclarecer um pouco mais da tragédia que matou 71 pessoas. Em áudios obtidos pela imprensa daquele país, é possível sugerir que o piloto Miguel Quiroga teria corrido riscos ao decidir não fazer a escala para reabastecer ou avisado tardiamente suas reais condições de voo.

A Folha obteve informações que constam da apólice que a LaMia firmou com a resseguradora Tokio Marine Kiln. Os valores do acerto são considerados irrisórios dentro do segmento aéreo. O seguro para ocorrências de terceiros contratado pela LaMia é de US$ 25 milhões (R$ 87 milhões), muito inferior ao US$ 1 bilhão (R$ 3,4 bi) que as empresas do setor costumam acertar habitualmente em coberturas amplas.

Apesar do seguro da companhia aérea, CBF e  Chapecoense informaram que vão cobrir as mortes dos jogadores. Ambas bancarão também despesas de enterro.