As eleições passaram e o desafio agora é administrar uma cidade – com um conglomerado de apoiadores/financiadores – a partir de janeiro de 2017; administrar Palmeira dos Índios para quem? Esta é, talvez, a pergunta mais importante, uma vez que, num governo de Coalisãofato em que para se gerir o governo cede parte da máquina burocrática, como aconteceu com Lula e Dilma, em que vários Ministérios foram criados e/ou cedidos aos variados partidos políticos, em troca de ter a maioria no Congresso Nacional – descentralizando. Algo semelhante acontecerá com nossas secretarias/coordenadorias dadas àqueles que apoiaram na campanha eleitoral? Teremos, mais uma vez, uma prefeitura fatiada?

Há 500 anos, Nicolau Maquiavel já alertava para os perigos de se confiar nos “Boanerges”, pois, ao primeiro sinal de perigo, estes, abandonam... Ou, mais drástico ainda, passam muito facilmente para o outro lado quando as ofertas da oposição são mais atraentes.

Nossa Democracia é do tipo indireta – Parágrafo Único do Artigo 1º da Constituição Federal de 1988:

“Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição.”

Este é um dos grandes entraves da atualidade, porque, nossas instituições ainda são sólidas, não estamos numa crise democrática, mas numa crise de representação. Nossos representantes, infelizmente, pouco representa a vontade popular – principalmente quando a sociedade em questão está tão fragmentada e em que as desigualdades sociais são enormes – em todos os aspectos. Ora, em um dos muitos entendimentos, a DEMOCRACIA significa “governo em que o povo exerce a soberania.” No entanto, essa maioria/povo, que tanto foi chamado para fazer parte e acompanhar tão grandes caminhadas – antes das eleições – que por mais de uma vez, ocorreu uma queda-de-braço, quando duas grandes coligações mediam forças para ver quem atraía mais seguidores/eleitores, já que, era óbvio que quem mais atraísse pessoas, demonstrava que tinha a vontade popular ao seu lado – Vox Populi Vox Dei. Resta-nos saber se, assim como quando chamou-se as pessoas para acompanha-los, também chamarão – Gestão Participativa – a população de Palmeira dos Índios, para com eles, discutirem e deliberarem acerca das políticas para a cidade, ouvindo e executando as melhorias sociais, não mais atrás dos gabinetes, mas juntamente com o povo?

Nesse exercício reflexivo, sobre a atual situação política da cidade e ao futuro de um iminente governo da "verdadeira mudança", digo QUE É PRECISO DIMINUIR A DISTÂNCIA ENTRE O QUE SE DIZ E O QUE SE FAZ, DE MANEIRA QUE A NOSSA FALA SEJA UM REFLEXO DA NOSSA PRÁTICA, OU QUE A NOSSA PRÁTICA SEJA UMA CONSEQUÊNCIA DO NOSSO FALAR. Só assim, o discurso – segundo Michel Foucault, o discurso “[...] é aquilo porque, pelo que se luta, o poder do qual nos queremos nos apoderar”, não será vazio. E a práxis que é a prova cabal da materialização da nossa fala - “A Fé Sem Obras É Morta” - estarão em harmonia.

Chamo a atenção para uma fala minha, de alguns meses atrás, quando disse: SE A SITUAÇÃO ESTÁ RUIM, SOMOS CULPADOS, PORQUE NÃO FIZEMOS NADA OU MUITO POUCO PARA MUDÁ-LA... E, SE, POR OUTRO LADO, A SITUAÇÃO ESTÁ TÃO BOA ASSIM, COMO ALGUNS DECLARAM, ERRAMOS TAMBÉM, POR PENSARMOS QUE JÁ NÃO PRECISÁVAMOS FAZER MAIS NADA. Ou seja, numa Democracia, a participação, fiscalização, deliberação e discussão, são práticas que nunca devem ser engavetadas, mas estimuladas frequentemente. Vejam um exemplo: AS REUNIÕES NA CÂMARA DE VEREADORES DE NOSSA CIDADE, SÃO REALIZADAS TODAS AS QUARTAS-FEIRAS, NO PERÍODO DA MANHÃ, PODENDO-SE SE ESTENDER ATÉ A TARDE. Um (1) dia por semana, apenas... Mas quantos de nós vamos com frequência à Câmara de nossa cidade e INTERVIMOS, ACOMPANHAMOS, FISCALIZAMOS E PRESSIONAMOS nossos representantes para que Leis e Políticas Sociais sejam a CARA DO POVO e não a deles?

Robert Browning já dizia: “a ignorância não é inocência, mas pecado”. Abrir os olhos é o primeiro ato democrático que temos o dever de cumprir... Portanto, como já dizia o Grande Pensador e Político (fictício) Frank UnderWood: “NÃO HÁ MANEIRA MELHOR PARA SUBJUGAR UM PINGO DE DÚVIDAS DO QUE COM UMA AVALANCHE DE VERDADES”. Que a transparência seja uma realidade na próxima administração em Palmeira dos Índios. Porque, na verdade, o que todos queremos é UMA PALMEIRA DOS ÍNDIOS PARA TODOS, NÃO PARA POUCOS.

P.S.: EM QUE PESEM, PARA ALGUNS, EU SER OPOSIÇÃO, AINDA ASSIM, O MEU PARTIDO É POR PALMEIRA DOS ÍNDIOS... E BUSCO E ESPERO QUE UMA BOA GESTÃO FARÁ MAIS POR NOSSA CIDADE DO QUE QUALQUER DISCURSO... UMA GESTÃO COMPROMISSADA COM A POPULAÇÃO E NÃO COM GRUPOS POLÍTICOS, APENAS...