Segundo o Professor Clóvis Rodrigues Lins Jr.:

“O evento denominado INTEGRADÃO, é dos eventos propostos no plano de ação das atividades a serem executadas pelo CAPS II Dr. Osvaldo Silva no ano 2015, com fomentação de ideias de uma equipe multidisciplinar dedicada e com um olhar diferenciado para a forma de se trabalhar os usuários do serviço, com objetivo direcionado a ressaltar que todos temos limitações, mas somos capazes de realizar algum tipo de atividade física de forma lúdica desportiva cultural, desta forma proporcionando alguns momentos de alegria limpa e inclusão, sem uso de álcool ou outras formas distorcidas satisfação.”

E foi o que aconteceu, nesta quarta-feira, dia 29 de julho de 2015, o INTEGRADÃO, no Ginásio da Escola Estadual Humberto Mendes – manhã e tarde. O evento levou os usuários – dezenas, talvez uma centena de pessoas – para praticarem atividades desportivas: Capoeira, Futebol e Vôlei... Além de estarem todos praticando alguma atividade, teve também espaço para exposição de Quadros, Desenhos e Artesanatos diversos, como Cestos, Enfeites, Bonecos, Acessórios, entre outros. Todos feitos de material reciclável e de uma qualidade maravilhosa (vejam nas fotos, alguns dos objetos produzidos pelos usuários do CAPS).

Já é notório, em nossa cidade, o Coral do CAPS que, além de cantar muito bem, emociona a todos, que são tocados por suas músicas. Comprovando que todas as atividades, sejam elas lúdicas, artesanais ou desportivas, levam à Inclusão Social. E não só isso, pois estamos falando de uma parcela da população que, não raro, permanece “invisível” aos olhos da sociedade. Porque não somos "invisíveis" para eles. Eles sabem quem somos e nos reconhecem. O que é maravilhoso. Por isso, ao vermos essas Ações (INTEGRADÃO), percebemos o quanto elas precisam crescer. O Professor Clóvis Rodrigues Lins Jr., falou que “tem um pequeno grupo de alunos parceiros desta ideia e também algumas instituições de ensino com um olhar carinhoso para com este tipo de atividade”.

Vera Lúcia Monteiro – Coordenadora do CAPS – explicou que desde a última reforma na sede da instituição, muito já foi feito, mas tem muito mais para se fazer. Ela relatou ainda, da importância e participação nas atividades dos profissionais do CAPS, que não medem esforços para fazer a diferença. Muitos dos quais, estiveram interagindo, diretamente, jogando e incentivando às práticas desportivas, neste INTEGRADÃO. E que, pelo menos, uma vez por mês, as atividades do CAPS são realizadas externamente, proporcionando uma melhor interação e Inclusão Social.

Mas, como essas práticas podem fazer a diferença? Essa e tantas outras perguntas têm uma resposta simples. Pois quem participa começa a perceber – principalmente os usuários – o quanto a presença deles alegra e contagia a todos os presentes. Falo isso, por experiência própria, porque, assim que cheguei na quadra do Ginásio do Humberto Mendes, para prestigiar o evento, aconteceu algo maravilhoso... A RODA DE CAPOEIRA ESTAVA PRONTA E CAPOEIRISTAS E USUÁRIOS PARTICIPAVAM E COM UMA INTENSA IMPOLGAÇÃO, SOB OS OLHARES DE MUITAS PESSOAS NAS ARQUIBANCADAS. DE REPENTE, O PROFESSOR DE CAPOEIRA – PAULO CANGURU – PUXOU MINHA CADEIRA DE RODAS PARA DENTRO DA RODA DE CAPOEIRA E, E ISSO FOI TÃO NATURAL, PELA PRIMEIRA VEZ, UM CADEIRANTE TAMBÉM PODE DAR UM RABO-DE-ARRAIA. Assistam ao vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=iLOPIMLxLfE

A maioria dos problemas, no que diz respeito ao Preconceito e Discriminação, poderiam se resolver, entendendo à seguinte pergunta: QUANDO VEMOS UM CADEIRANTE, UMA PESSOAL COM DEFICIÊNCIA VISUAL, AUDITIVA OU MENTAL, O QUE VEMOS NELAS? UMA PESSOA, COMO QUALQUER UMA OUTRA OU APENAS VEMOS A SUA “DEFICIÊNCIA”, SUAS LIMITAÇÕES, APENAS? Precisamos aprender a ver os outros, não a partir de nossa visão/concepção, mas a partir do outro. Precisamos enxergar os outros pelos olhos dos outros... Então conseguiremos vê-los, como eles se veem, como seres humanos e não como inválidos – invisíveis...