Unidades hospitalares sob gestão do Estado estão em seis municípios

  • Agência Alagoas
  • 22/06/2015 06:28
  • Brasil Mundo
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As unidades hospitalares sob a gestão do Governo do Estado estão presentes em seis municípios alagoanos. Em Piranhas, Água Branca, Delmiro Gouveia, Rio Largo, Arapiraca e Maceió, a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) assegura o compromisso de manter as unidades em pleno funcionamento, visando garantir a assistência à saúde da população.  

Em cada um desses municípios, os cidadãos encontram serviços de porta de entrada para o pronto atendimento e também o de clínica médica. Essa oferta está presente na Unidade Mista Senador Arnon de Melo (Piranhas), Unidade Mista Dra Quitéria Bezerra (Água Branca), Unidade Mista Dr. Antônio Serpa (Delmiro Gouveia), Hospital Geral Ib Gatto Falcão (Rio Largo) e a Clínica Infantil Dayse Brêda (Maceió).

Algumas especialidades ainda estão presentes nessas unidades. Em Rio Largo, por exemplo, o hospital possui leitos para pacientes com transtorno mental, além da presença da Rede Cegonha, que oferta maternidade de risco habitual e UCI neonatal, como também exames laboratoriais e raios-X. Em Piranhas, existe um centro de parto normal, pediatria, exames laboratoriais e rais-X. Já em Água Branca, são contemplados serviços em obstetrícia, pediatria, raios-X e exames laboratoriais.

Em Maceió, a Dayse Brêda é a referência em pediatria no Estado, que realiza consultas nas especialidades de oncologia, endocrinologia, pneumologia, alergia e neurologia pediátricas, além de internação e um programa para tratamento de asma. Em Delmiro, onde se realiza cirurgias gerais e também possui maternidade de risco habitual, há um projeto  aguardando a habilitação do Ministério da Saúde (MS) – para tornar a Unidade Mista Dr. Antônio Serpa em referência pediátrica para a X Região de Saúde.

Já o Hospital Geral do Estado (HGE), também em Maceió, e a Unidade de Emergência do Agreste (UE do Agreste), em Arapiraca, que são referências na I e II Macrorregiões, respectivamente, há a oferta de serviços de urgência e emergência em alta complexidade, que contempla as especialidades por meio de equipes multidisciplinares.

Fortalecimento – E segundo a secretária de Estado da Saúde, Rozangela Wyszomirska, todas essas unidades estão sendo fortalecidas, seja por meio de investimentos pontuais e pela definição das linhas de cuidado, com base no Projeto de Regionalização. 

“A discussão acerca da mudança de perfil de uma unidade hospitalar, que pode passar de uma porta de entrada para o pronto atendimento e oferta de especialidades, é definida de acordo com a necessidade da região, para que assim os municípios trabalhem o encaminhamento dos pacientes para a unidade de referência”, esclareceu a secretária.

Wyszomirska salienta, sobretudo, que todas as decisões serão referendadas pelo Conselho das Secretarias Municipais de Saúde de Alagoas (Cosems/AL), Comissão Intergestores Regionais (CIR), Comissão Intergestores Bipartite (CIB) e do Ministério da Saúde (MS).

Ela lembrou ainda que, “apesar de o papel executor da política de saúde ser do município, o Estado mantém o compromisso de manter as unidades que ainda estão sob sua gestão”. Isso porque, o papel do Estado é cooperar técnica e financeiramente com o município, como aconteceu com a municipalização da Unidade Mista Dr. Carlos Gomes de Barros, em Passo do Camaragibe, onde foi firmada uma cooperação mútua entre o município e o Estado.

“O nosso compromisso é o de continuar com o atendimento que é de grande importância para a população e também manter o processo de negociação com os municípios para assumirem seu papel executor da saúde”, salientou a secretária de Estado da Saúde. Por isso, com a cooperação mútua, são levantados o perfil e as necessidades das unidades para pactuar o apoio do Estado.

HGE – Referência para atendimentos de Alta Complexidade em Alagoas, o HGE consolida ações que prezam por um atendimento de qualidade aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) em demanda ora espontânea, ora dirigida. Dentre os serviços prestados, a unidade possui especialidades nas áreas de anestesiologia, cardiologia, cirurgia geral, pediátrica, plástica, de tórax, vascular e endovascular.

Também estão disponíveis serviços de clínica médica, endoscopia de corpo estranho e digestiva; intensivista, nefrologia, neurologia, neurocirurgia, neuropediatria, odontologia, oftalmologia, ortopedia, otorrinolaringologia, pediatria, radiologia, tomografia, urologia e ultrassonografia.

Atualmente o HGE possui uma unidade específica para o tratamento infantil, separada do atendimento adulto, além de centros cirúrgicos distintos, um para o Centro de Tratamento de Queimados (CTQ), outro para o tratamento de vítimas de traumas, utilizado para a realização de cirurgias eletivas dos pacientes da unidade. O hospital atende, preferencialmente, aos casos de urgência e emergência.

A unidade hospitalar conta com uma unidade satélite do Centro de Patologia e Medicina Laboratorial (CPML), que atende exclusivamente aos pacientes do estabelecimento hospitalar. As áreas especializadas, como a Ortopedia e a Vascular, têm se tornado destaque no Estado.

Antes da criação da área de ortopedia, os pacientes politramautizados do HGE, principalmente vítimas de acidente de moto, que necessitavam de procedimento cirúrgico, eram encaminhados para outras unidades, algumas do interior. Com o setor ortopédico, as cirurgias estão sendo realizadas na própria unidade hospitalar e os pacientes recebem toda a assistência de uma área exclusiva.

A dona de casa Maria Aparecida dos Santos, 58 anos, do município de Campo Grande, está internada na área vascular do HGE, após realizar duas cirurgias e se recupera de uma erisipela, infecção aguda na pele, que se dissemina pelos vasos linfáticos e pode atingir o tecido subcutâneo e o gorduroso. Ela contou que comumente passa no posto de saúde da região onde mora e também recebe a equipe do município em sua residência.

“Minha vinda para o HGE foi orientada pela equipe do meu município e de Arapiraca, onde passei também. O atendimento foi direcionado para o meu caso. Em breve estarei de alta”, comemora, ao afirmar que “o atendimento recebido no HGE foi eficaz”.

UE do Agreste – Presente na cidade de Arapiraca há 13 anos, a Unidade de Emergência do Agreste é responsável por uma média anual de 45 mil atendimentos. Especialista em atendimentos de urgência e emergência na linha do trauma e causas externas, a unidade desponta no Nordeste como referência em traumas de média e alta complexidade. Apenas João Pessoa (PB) e Arapiraca (AL) possuem unidades de pronto atendimento nesta especialidade.

Atualmente, a UE do Agreste atende uma população estimada em mais de 1 milhão de pessoas, beneficiando 60 municípios pertencentes às Regiões Agreste, Sertão e Baixo São Francisco, além de pacientes oriundos de cidades localizadas em Estados vizinhos, a exemplo de Propriá (SE), Bom Conselho (PE) e Paulo Afonso (BA).

O hospital conta com as especialidades de cirurgias geral, vascular, torácica e plástica, além de clínica médica, pediatria, ortopedia, otorrino, oftalmo, buco maxilo, nefrologia, neurologia, cardiologia, anestesia, infectologia, medicina intensiva, urologia, radiologia e ultrassom.

Atualmente a UE do Agreste está operando com 100 leitos, sendo 3 na área vermelha, 6 na amarela, 40 na verde (observação), 40 na internação, 4 na recuperação pós-anestésica e 7 na UTI e, em breve, a UTI será ampliada para 21 leitos. Estatísticas apontam que, durante esses treze anos de atividade, 25% de todos os atendimentos realizados têm relação com acidentes de trânsito, em sua maioria envolvendo motocicletas.

O motoboy arapiraquense José Henrique Alves de Farias Lisboa é mais uma vítima desta guerra urbana. Na noite do último dia 17 de junho, ele conduzia sua motocicleta, quando ao tentar desviar de outro veículo, colidiu violentamente na traseira de um caminhão que estava parado. O resultado foi uma fratura exposta da tíbia da perna esquerda.

Internado na UE do Agreste, ele reconhece que sua situação poderia ser bem pior, uma vez que com o impacto o capacete que usava foi arremessado por vários metros. O motivo: não estava preso corretamente no pescoço. “Posso me considerar um sortudo em só ter quebrado a perna. Poderia ter sofrido um traumatismo craniano e morrido ou estar sequelado”, disse o motoboy, que deverá permanecer entre dois a três meses em recuperação.