Iniciativa pioneira busca inserir jovens socieducandos no mercado de trabalho

  • Agência Alagoas
  • 08/04/2015 06:28
  • Brasil Mundo
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L.F tem 18 anos. Gosta de estudar. Física e cálculo são suas matérias preferidas. Afirma que seu desejo é fazer concurso para perito criminal. Com 17 anos, J.F.S, já trabalhou com marcenaria. Diz ter aptidão para trabalhar com esculturas de madeira. Mas o que pretende mesmo é fazer curso de mecânico de motocicleta.

Jovens iguais a tantos outros com sonhos e vontades, se não fosse por um detalhe que os diferencia na sociedade e acaba marcando-os com um rótulo em comum. Os dois são infratores e estão na Unidade de Internação Masculina extensão II do Sistema Socioeducativo ligado à Secretaria de Defesa Social e Ressocialização (Sedres).

Eles, e mais 16 adolescentes infratores, participaram da oficina de orientação ao primeiro emprego promovida nessa terça feira (7) pela Secretaria de Estado do Trabalho e Emprego (Sete).

A iniciativa é pioneira e segue determinação do governador Renan Filho de integrar as atividades das secretarias estaduais dentro ao sistema socioeducativo.

O intuito é disponibilizar ferramentas aos internos para que possam obter condições  de formação profissional que os ajudem na reinserção da sociedade.

Durante a oficina, o secretário do Trabalho, Rafael Brito, lembrou aos garotos a oportunidade que eles estão tendo com as dicas sobre o primeiro emprego.

“Se puderem peguem essa chance porque a secretaria estará disponibilizando outros cursos para ajudá-los a construir uma nova história em suas vidas”, disse.

Participaram ainda o secretário de Defesa Social e Ressocialização, Alfredo Gaspar de Mendonça, e a promotora Alexandra Burlens.

“Estamos preocupados com o futuro de vocês. Queremos estreitar essa parceria com os órgãos, pois através de cursos como esses todos poderão ter a chance que ainda não tiveram”, afirmou Alfredo Gaspar de Mendonça.

Para a promotora Alexandra Burlens, cada um dos adolescentes tem uma grande responsabilidade de criar um caminho que passe longe do sistema de internação. “Agarrem a oportunidade e façam uma reflexão sobre o que vocês querem da vida. Todo o apoio será dado, mas a decisão é de cada um”, ressaltou.

Com experiência de mais de dez anos no sistema prisional, a superintendente de Assistência Socioeducativa, Elizabeth Kummer, declarou que essas ações de integração dos jovens com profissionais são muito importantes para a formação deles.

“O primeiro emprego vai dar oportunidade para que eles, assim que saiam dessa medida de internação, sejam inseridos no mercado de trabalho. É o que torcemos e estamos trabalhando para isso”, afirmou Kummer.

Ministrada pela psicóloga Ana Lúcia Barros e pela assistente social Dilma Magalhães Costa, a palestra orientou ao grupo como montar uma rede de contato e como elaborar um currículo eficiente. As dicas foram dadas através de dinâmicas e slides com a participação de todos.

Ao final, tanto L.F quanto J.F.S disseram que gostaram das dicas.  “Não sabia como fazer um currículo e agora sei qual a forma correta”, disse o L.F. “Achei bacana. Quando sair da internação vou tentar arrumar um emprego e um currículo pode me ajudar nisso”, afirmou J.F.S.