Escola de filhos foi pista para a prisão de Abdelmassih

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  • 21/08/2014 17:01
  • Brasil Mundo

Os policiais que investigaram Roger Abdelmassih, de 70 anos, precisaram encontrar a escola dos filhos gêmeos do ex-médico, em Assunção, no Paraguai, para descobrir seu paradeiro e conseguir prendê-lo.

A busca inicial feita por policiais brasileiros e paraguaios foi por crianças gêmeas que faziam aniversário no mês de agosto. As equipes descobriram crianças com esse perfil em um colégio de alto padrão em Assunção. Os policiais conseguiram o endereço das crianças e chegaram ao médico.

O ex-médico foi preso no início da tarde desta terça-feira (19), na cidade de Assunção. Abdelmassih, condenado a 278 anos de prisão, chegou à Penitenciária de Tremembé II, no interior de São Paulo, às 18h40 desta quarta-feira (20). Foram cerca de duas horas de viagem desde a capital paulista.

O trajeto demorou um pouco mais que o previsto porque Abdelmassih, de 70 anos, vomitou e a viatura teve de parar até que ele melhorasse. Ao chegar, o preso foi direto para uma ala de adaptação, onde os novos presos ficam 10 dias.

Durante o isolamento, Abdelmassih não poderá sair nem mesmo para fazer as refeições. É a segunda vez que o criminoso ocupa uma cela no presidío de Tremembé, a 135 quilômetros de São Paulo. Em 2009, ele ficou detido por cerca de quatro meses. Um habeas corpuspossibilitou que Abdelmassih fosse liberado pouco antes do natal. Foi nessa ocasião que o ex-médico fugiu do Brasil. Ele foi preso na capital paraguaia na terça-feira (19) e chegou a São Paulo no dia seguinte.

O presídio de Tremembé tem 408 vagas, mas atualmente conta com 451 presos.

Ex-referência da inseminação in vitro

Roger Abdelmassih, filho de libaneses, era considerado a principal referência para quem procurava por especialistas em inseminação in vitro. Passaram por seu consultório, no Jardim Europa – bairro nobre da capital paulista – nomes como Gugu Liberato, Edson Arantes do Nascimento, o Pelé, o comendiante Tom Cavalcanti, além de políticos como o ex-presidente Fernando Collor de Mello e o senador Renan Calheiros.

Uma das vítimas que foi até o aeroporto de Congonhas na quarta-feira garante que o ex-médico usou o próprio esperma para fecundar óvulos de algumas pacientes.

O ex-médico aproveitou um habeas corpus concedido pelo então presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Gilmar Mendes, que revogou sua prisão preventiva, para fugir do Brasil.