Após quase meio século, TV Globo deve “deixar” TV Gazeta de Alagoas; nova afiliada será TV de grupo nordestino

  • Redação*
  • 26/10/2023 17:15
  • Geral
Foto: Reprodução / Fenaj
TV Gazeta é uma das empresas da Organização Arnon de Mello
TV Gazeta é uma das empresas da Organização Arnon de Mello

Após quase meio século de parceria, a TV Gazeta de Alagoas deve deixar de ser afiliada da TV Globo no estado. O lugar da Gazeta deve ser ocupado por uma TV do Grupo Nordeste de Comunicação, proprietário da TV Asa Branca de Caruaru (PE), entre outras emissoras de comunicação.

A informação, que já era comentada nos bastidores da imprensa, foi divulgada nesta quinta-feira (26), em reportagem da Folha de São Paulo. A mudança está prevista par acontecer no primeiro semestre de 2024.

Nem a Organização Arnon de Melo (OAM) nem o Grupo Nordeste se pronunciaram sobre o assunto, mas nos últimos dias a TV do Grupo Nordeste começou a se instalar em um imóvel no bairro do Farol. 

A tendência é que a TV Gazeta passe a ser retransmissora da Rede TV em Alagoas.

Conforme a reportagem, a mudança depois de 48 anos de parceria acontece em razão de dificuldades financeiras da OAM e da condenação por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, no STF, do ex-presidente Fernando Collor, um dos proprietários da OAM. 

Em 2019, a TV Gazeta entrou em recuperação judicial, alegando dívidas no montante de R$ 284 milhões. Mas o tiro de misericórdia teria sido mesmo o esquema de corrupção que envolveu a emissora.

A denúncia acatada pelo STF é que Collor recebeu e ocultou R$ 20 milhões em propinas, recebidas em contratos firmados entre a UTC Engenharia e BR Distribuidora, na época em que era senador.

A quantia era depositada diretamente na conta de Collor e também nas contas da TV Gazeta e da empresa Gazeta de Alagoas Ltda. 

O relator do caso no STF, ministro Edson Fachin, julgou que 65 depósitos foram feitos às empresas entre março de 2011 e março de 2014, em um total de R$ 13 milhões. 

No STF, a defesa de Collor alegou que as acusações foram baseadas apenas em delações premiadas, não havendo provas contra o ex-presidente. 

 

*Com Folha de São Paulo