Atleta de Palmeira ganha destaque nas competições do futevôlei nacional

  • G1/AL
  • 02/07/2013 06:07
  • Esporte
Arquivo Pessoal

Ele tem nome de craque. Ainda na barriga da mãe foi contagiado pela magia do esporte, seus pais eram fanáticos por futebol, e o seu nome foi uma homenagem ao baixinho Romário. O 'Romário Alagoano', ou Romarinho como é chamado pelos amigos, nasceu em 1993, um ano antes da Copa do Mundo de 94, quando o xará carioca foi eleito pela Fifa o melhor jogador do mundo.

A semelhança não é só no nome, os dois são determinados, persistentes e nutrem uma paixão pelo futevôlei. Ainda com três anos, Romarinho ia aos campos de areia para ver o seu pai e seu irmão mais velho jogarem. O gosto pela coisa foi crescendo e o garotinho de Palmeira dos Índios passou a usar a internet para se informar sobre o assunto, assistir a vídeos e aperfeiçoar o seu estilo.

- Desde pequeno eu já gostava de futebol e futevôlei. Via a quadra e ficava doido para jogar. Em casa sempre buscava vídeos na internet. Eu sabia que era aquilo que eu queria fazer - contou.

 A vontade de jogar era grande, mas pela pouca idade ele era sempre vetado. Mas Romarinho não desistia, enquanto os familiares e os amigos diziam que ele não podia jogar, crescia nele a vontade de surpreendê-los.

- Sempre acompanhava o meu pai e o meu irmão quando eles iam jogar, e eu sempre pedia a eles para participar também, mas sempre falavam: não, você é ainda muito moleque. Aquilo não saía da minha cabeça, ficava irritado, teve uma vez que cheguei para eles e disse: um dia vão ser vocês que vão me chamar para jogar - contou.

E esse dia chegou. Romarinho foi se dedicando ao esporte e aos 14 anos ele disputou o seu primeiro campeonato. As vitórias em competições foram vindo, com elas, os convites para os ''rachas'', mas o alagoano ainda não se sentia realizado, o seu sonho mesmo era poder fazer dupla com o seu maior ídolo no esporte: seu irmão.


Mais velho, Thiago sempre influenciou Romarinho, que via na figura do irmão o exemplo dentro e fora das quadras. Só que para Thiago, o caçula ainda não estava pronto, e os dois acabaram seguindo caminhos separados, cada um com sua dupla. Uma competição em Aracaju colocaria os irmãos Melo frente a frente novamente.

 - Nessa época eu já competia, e todos falavam para o meu irmão para fazer dupla comigo, mas ele sempre se recusava, dizia que eu era novo demais, que eu ainda não estava pronto. No Campeonato Brasileiro nós acabamos nos enfrentando, e com a minha dupla eu consegui derrotá-lo. O presidente da Confederação Brasileira veio até nós dois e disse que nos apoiaria, mas que para isso deveríamos ser uma dupla. Era o meu sonho jogar com o meu irmão, fiquei muito feliz quando finalmente formamos uma dupla - contou.

E a dupla deu certo. Os irmãos começaram a vencer todas as competições que disputavam. Carismáticos conseguiram conquistar a simpatia do público Brasil afora. No Sul do País eles são ídolos, convites não faltam para torneios fora de casa.

- Sempre que competimos fora tentamos passar uma boa impressão para o público, pedimos palmas, gritamos, sem contar que a relação de amizade entre eu e meu irmão acaba gerando simpatia também, já que não é comum ver dupla de irmãos. No Paraná somos ídolos, o público de lá nos adora, sempre nos incentiva, nos aplaude, é muito gratificante.

De olho no baixinho

Ano de 1993, eliminatórias da Copa do Mundo acontecendo, partida decisiva para o Brasil, que enfrentava o Uruguai, no Maracanã. O 'jogo da vida', como foi eleito pelo Romário, que acabou sendo decisivo ao marcar dois gols contra a Celeste. Os gols foram comemorados em todo o Brasil por milhões de torcedores, incluindo Romarinho, que estava na barriga de sua mãe.

 - Minha mãe e meu pai assistiam ao jogo lá em casa, minha mãe estava grávida de mim. No momento do gol do Romário eu chutei, daí não teve outra, meus pais decidiram colocar o meu nome em homenagem ao craque.

Dezenove anos depois os dois iriam se encontrar pela primeira vez nas praias cariocas. Um sonho realizado.

- Passei a minha vida inteira acompanhando a carreira do Romário e o tendo como referência no esporte. Um dia tive a oportunidade de ir ao Rio de Janeiro, um amigo meu acabou me apresentando a ele. O interessante é que não contaram a ele o meu nome, só falaram que tinha um menino do interior de Alagoas que queria conhecê-lo. Ele foi muito atencioso, tiramos fotos e ele perguntou o meu nome, foi aí que contei que era Romário, e que meu nome foi dado em sua homenagem, ele ficou todo emocionado, pediu para ligar para o meu pai para agradecer, foi muito emocionante.

Com uma longa carreira pela frente, agora os irmãos Melo se preparam para competir o Mundial de Clubes, que será realizado em Goiás, no mês de setembro. Mas em julho eles disputam o Campeonato de Trinca, que vai ser disputado em Belo Horizonte.