“Estou em estado de nervos e desmoralizado por tudo que aconteceu”. Esse é o desabafo do agente da Polícia Civil, Carlos Francisco de Farias, rendido durante a fuga de quatro presos na delegacia da cidade de Minador do Negrão, ocorrida neste final de semana. Há 27 anos na Polícia Civil, Carlos Francisco afirmou, em entrevista ao CadaMinuto, que nunca presenciou um situação de “abandono” como essa.

Segundo ele, mesmo com a fuga dos detentos a delegacia não recebeu nenhum reforço policial. “Eu fui desmoralizado pelos presos e até hoje ninguém da Secretaria de Defesa Social apareceu para me dar um apoio, pelo contrário abriram um processo contra mim para apurar o caso e ainda mandaram outro preso nesta manhã”, contou.

Na fuga, os presos levaram dois revólveres calibre 38 e uma metralhadora 9 mm, além de 82 munições, sendo 42 de revólver 38 e 40 de metralhadora.

“Ninguém está preocupado com a pessoa que está aqui. Estão preocupados com as armas e se recuperam os presos. Se eu tivesse morrido durante a fuga, como ficaria a minha família? Com certeza os Direitos Humanos não iriam na minha casa orientar a família”, completou.

No momento da ação, Carlos Francisco estava sozinho no prédio e realizava a troca de um botijão de água. Ainda segundo ele, o policial fica totalmente vulnerável quando está sozinho na delegacia, pois precisa abrir a cela para levar água e comida para os presos.

“Vou responder a um processo e posso perder meu emprego, como se eu fosse culpado pela fuga e o roubo das armas”, completou o agente.